A Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) detalhou, nessa quarta-feira (04), a atuação no caso de Davy Lucas Cândido Rodrigues Pedrosa, de 3 anos e 7 meses, deixado morto no Pronto Atendimento (PA) de Alto Lage, em Cariacica, no dia 17 de setembro. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa, na sala de Toxicologia no IML, em Vitória.
Na ocasião, foram apresentados esclarecimentos sobre os procedimentos realizados, incluindo o acionamento, os trabalhos no local do crime, o transporte pelo rabecão, os exames no Instituto Médico Legal (IML) e a coleta de vestígios essenciais para a investigação da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES).
O perito oficial-geral da Polícia Científica do Espírito Santo, Carlos Alberto Dalcin, destacou a atuação integrada da instituição na elucidação do caso que chocou a sociedade. "Foi um crime bárbaro que exigiu a mobilização de toda a estrutura da Polícia Científica, incluindo laboratórios, o Instituto Médico Legal (IML) e diligências na residência da vítima, para esclarecer as circunstâncias da morte. Esses dados foram fundamentais para trazer à tona informações que poderiam permanecer ocultas, reafirmando o compromisso da perícia com a Justiça", ressaltou Dalcin.
O perito oficial-geral enfatizou a importância de dar uma resposta técnica e célere à sociedade: "Nosso trabalho é lançar luz sobre os fatos e contribuir para a Justiça, honrando o dever de esclarecer casos tão graves."
O médico-legista da Polícia Científica do Espírito Santo, Renan Barreto da Silva Caminha, informou que exames realizados confirmaram múltiplas lesões no corpo da vítima, incluindo na região dorsal, que resultaram em ruptura hepática e hemorragia interna, causas da morte. "A morte foi considerada recente, ocorrendo em menos de 24 horas, com sinais que sugerem um intervalo aproximado de 12 horas antes do exame", explicou.
Ele também apontou evidências de violência contínua. "As lesões apresentavam tonalidades diferentes, indicando que ocorreram em momentos distintos ao longo do tempo", destacou o médico-legista.
A irmã da vítima, que também apresentava sinais de agressões, foi avaliada em hospital, com registros de lesões e queimaduras. "Os laudos periciais foram essenciais para esclarecer os fatos e embasar as investigações", frisou Caminha.
O perito oficial criminal da Polícia Científica do Espírito Santo, Onésio Barbosa, do Departamento de Perícias Externas (DEPEX), detalhou as ações realizadas no local do crime envolvendo a morte da criança. "A Polícia Científica foi acionada para realizar exames em busca de vestígios que pudessem esclarecer as circunstâncias do caso. Inicialmente, nenhuma evidência diretamente relacionada às lesões foi encontrada no local. Durante a análise, fragmentos de uma substância amarronzada chamaram atenção. Esses fragmentos, espalhados pela residência, foram identificados como crack após análise no Laboratório de Toxicologia Forense", afirmou o perito.
Posteriormente, foi realizada uma segunda perícia complementar na casa da vítima. "Nessa nova análise, encontramos uma atadura no banheiro e um fragmento de gesso na cozinha, compatível com o tamanho do braço de uma criança. Possivelmente, era o que a vítima utilizava devido a uma lesão no antebraço", concluiu Onésio Barbosa.
A responsável pelo Laboratório de Biologia Forense (LABBIO), a perita oficial criminal da PCIES, Luciana Nogaroli, explicou os resultados das análises realizadas em materiais coletados no caso de abuso infantil. "Recebemos o material coletado pelo médico legista e, inicialmente, o resultado foi negativo para a presença de espermatozóides e PSA nos exames", afirmou.
O LABBIO teve um papel crucial nas investigações. "Fomos responsáveis pelas análises de pesquisa de sêmen nos materiais encaminhados para o laboratório, incluindo vestes, fragmentos de tecido e o swab coletado do corpo da criança. Encontramos a substância PSA, que está presente no sêmen, no swab anal da criança, confirmando que houve abuso sexual", afirmou Luciana Nogaroli.
A perita reforçou que a presença do PSA, associada ao contexto do local da coleta e à idade da vítima, comprova o abuso sofrido pela criança.
A responsável pelo Laboratório de Toxicologia Forense (LABTOX), a perita oficial criminal da PCIES Mariana Dadalto Peres, explicou os resultados das análises realizadas nas amostras coletadas durante a necrópsia de uma criança. "Durante o procedimento, o médico legista coletou amostras de sangue e urina, que foram encaminhadas ao nosso laboratório para a pesquisa de substâncias, como álcool, drogas e medicamentos", explicou a perita.
O exame toxicológico revelou a presença de cocaína no sangue da criança. "Concluímos que havia cocaína e seu metabólico em uma concentração baixa. Isso indica que o uso da substância ocorreu recentemente, nas últimas horas antes da morte", afirmou Mariana Dadalto Peres.
A perita destacou que, apesar da presença da droga, a causa da morte não foi relacionada à overdose de cocaína. "A causa da morte foi uma lesão hepática, e a presença de cocaína indica que a criança usou a substância, mas não foi a causa direta do falecimento", explicou.
Mariana Peres ainda observou que, embora fosse possível identificar o uso da cocaína, não foi possível determinar como a substância foi administrada. "Não conseguimos precisar se o uso foi acidental, por injeção, ou se a droga foi dada à criança de outra forma", concluiu.
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