A Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) vem atuando na tentativa de identificação de familiares da Clarinha. Sem identificação oficial, uma mulher, apelidada de Clarinha pela equipe médica como uma forma de humanizar a condição da vítima, foi atropelada em junho de 2000, no Centro de Vitória. Ela permaneceu em coma por 24 anos, internada em um hospital da Capital. No último dia 14, ela faleceu trazendo à tona a própria história mais uma vez.
O setor do Departamento de Identificação tem desempenhado um papel crucial na investigação para a identificação de Clarinha. Durante o período em que esteve internada, peritos realizaram a coleta das digitais de Clarinha no hospital, porém não apresentavam boa qualidade. Apesar disso, foram feitas diversas tentativas de identificação, por meio das digitais e também por DNA, sem sucesso na compatibilidade com qualquer possível parente que se apresentou.
Após o falecimento de Clarinha, o corpo dela foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, devido à causa da internação ser resultante de um atropelamento. O retorno do caso à mídia despertou o interesse de muitas pessoas em descobrir se Clarinha é parente desaparecido de suas famílias.
De acordo com o setor do Departamento de Identificação, o método mais rápido de identificação é por meio das digitais, porém as coletadas durante a internação não eram adequadas para uma comparação precisa. Um perito realizou então procedimentos para acessar tecidos mais profundos da pele, onde encontrou as digitais em condições ideais para comparação.
Segundo o perito oficial criminal João Carlos Quemelli, do Laboratório de Necropapiloscopia Forense da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), foi empregada uma técnica específica após a morte, que possibilitou o levantamento de digitais completas para análise e comparação. "Realizamos a técnica conhecida como excisão das falanges na Clarinha e, posteriormente, procedemos à minuciosa remoção da epiderme, permitindo a coleta das impressões digitais a partir da derme", explicou.
Após a morte de Clarinha até o dia 27 de março, nove famílias procuraram o Departamento Médico Legal (DML) para realizar o exame de comparação de digitais. No entanto, até o momento não houve correspondência com as digitais da paciente.
O corpo de Clarinha deve permanecer por 40 dias no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, um período maior que o padrão, para aguardar que todos os resultados fiquem prontos e que a família possa ser identificada. O objetivo é enterrá-la com a verdadeira identificação, caso seja possível identificar seus familiares durante esse período estendido.
Texto: Olga Samara Gomes
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